Levantamento avalia anualmente três áreas distintas: saúde, educação e geração de empregos
Isnar TelesFont:O VALE
São José perdeu 218 posições no ranking nacional de desenvolvimento humano, indicam os últimos três anos da pesquisa feita pela Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro).
A cidade recebeu o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento dos Municípios) 0.80, considerado moderado. O índice vai de 0 a 1.
A pesquisa coloca São José em 367º lugar no ranking nacional (entre 5.565 municípios brasileiros) e o 168º no Estado de São Paulo (em 645 cidades avaliadas).
O IFDM avalia e dá notas, anualmente, a todas as cidades do país com base nos indicativos de três áreas que considera fundamentais para o desenvolvimento humano: educação, saúde e geração de empregos.
Entram na pauta, por exemplo, o número de carteiras assinadas, a qualidade do ensino (número de creches, pré-escolas e professores com nível superior) e o total de consultas (pré-natal).
Empregos. Geração de empregos teve o pior desempenho (nota 0.63) entre os três indicadores na cidade. Saúde (0.84) e educação (0.91) foram consideradas de alto desenvolvimento para os padrões atuais do Brasil.
“A indústria perdeu postos de trabalho nos últimos anos, no entanto, a queda vem sendo compensada pelo ganho de empregos nos demais setores como o comércio e a construção civil”, disse o prefeito de São José, Carlinhos Almeida (PT).
Segundo ele, houve também uma melhora ‘significativa’ no ensino público e nos atendimentos da saúde.
Apesar da queda na pesquisa, Jonathas Goulart, especialista em desenvolvimento econômico da Firjan, considera a posição de São José satisfatória.
“No geral, os grandes municípios registraram retrações, principalmente na indústria, mas foram beneficiados com os empregos gerados em outros setores como o de serviços, por exemplo”, disse.
Índice avalia municípios em três áreas
São José dos Campos
O IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) é um estudo do Sistema Firjan que acompanha anualmente o desenvolvimento so-cioeconômico de todos os mais de 5.565 municípios brasileiros em três áreas de atuação: emprego e renda, educação e Saúde.
Ele é inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas).
A metodologia possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios. As notas variam de 0 a 1.
Em 2014, segundo os analistas, a metodologia do IFDM foi aprimorada para captar o desenvolvimento brasileiro para esta nova década. O principal incremento foi situar o Brasil no mundo.
A nova metodologia utilizou padrões de desenvolvimento encontrados em países mais avançados, utilizando-os como referência para os indicadores municipais. Outro ponto importante foi a atualização de metas e parâmetros nacionais. Neste caso, o ano de referência deixou de ser 2000 e passou a ser 2010.
Leitura. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada localidade em quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4 a 0,6), moderado (de 0,6 a 0,8) e alto (0,8 a 1) desenvolvimento.
“Existe um atraso nos dados, que poderiam ser mais atuais, por conta da burocracia, mas as pesquisas são feitas com números absolutos e consolidados e são um importante reflexo para os gestores municipais de hoje. Indicam ainda como devem se comportar as cidades nos próximos anos”, disse Jonathas Goulart.
Entrevista com Carlinhos Almeida
O senhor assumiu a prefeitura após o último período do estudo (2011). De lá para cá, o que sua administração fez para melhorar o ensino e a saúde?
Contratamos médicos para recompor nosso quadro de especialistas, inauguramos uma nova unidade de terapia intensiva no Hospital Municipal e construímos 3 novas UBS. Esses avanços garantiram em 2013 a realização de mais de 3 milhões de procedimentos entre exames, consultas e cirurgias.
Na educação, o trabalho foi para reduzir o déficit de 8.000 vagas para crianças no sistema de ensino. Em dez meses, conseguimos abrir mais de 3.400 vagas. Em 2014, em uma ação pioneira no município, mais de 62 mil alunos foram contemplados com um kit escolar. Agora, estamos implantando o programa Escola Interativa, que leva a tecnologia para dentro das salas de aula.
Geração de empregos teve o menor desempenho nos últimos anos, segundo o estudo. O que aconteceu nesse setor?
Pelos números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho), a indústria perdeu 932 postos de trabalho em 2013.
Mas a queda foi compensada pelo ganho de empregos nos demais setores como o comércio e a construção civil. De janeiro a abril deste ano, já foram criados 1.265 empregos suplementares. Mais de 15 empresas, a maioria do setor aeronáutico, se instalaram na cidade em 2013, gerando 350 empregos de alta intensidade tecnológica e mais de R$ 30 milhões em investimento.
São José tem passado por uma debandada de fábricas de pequeno porte do polo aeroespacial. As últimas foram a Novaer Aircraft, que ‘migrou’ para Lages (SC), e a Aernnova. Como evitar que ocorram mais casos como esses?
Nesses dois casos, a Novaer recebeu investimentos do governo de Santa Catarina, mas mantém em São José dos Campos sua sede, sua engenharia e a fabricação de seus protótipos. A Aernnova continua localizada na cidade, onde mantém um quadro de 50 funcionários e atende às necessidades da Embraer e de outras empresas.
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