CPI da Unitau: prazo será prorrogado

Comissão entrou ontem na reta final; integrantes ainda divergem sobre possível convocação do reitor José Rui Camargo para depoimento

Julio Codazzi
Taubaté

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Unitau (Universidade de Taubaté) entrou ontem em sua reta final sem resolver um importante impasse: definir se o reitor José Rui Camargo será ou não convocado a depor.
Iniciada em outubro, a apuração sobre a situação financeira da autarquia, que acumularia até R$ 88 milhões em dívidas, deveria durar 90 dias, mas vai se estender até fevereiro.
Até agora, a CPI ouviu representantes da Funcabes (Fundação Caixa Beneficente dos Servidores), que havia atrasado repasse de benefícios aos funcionários, da Fust (Fundação Universitária de Taubaté), que deve R$ 44 milhões a antigos fornecedores e ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e da própria Unitau, que deve R$ 44 milhões ao IPMT (Instituto de Previdência do Município de Taubaté).

Depoimentos. Pela universidade falaram funcionários dos setores de compras e almoxarifado, antigos pró-reitores e a ex-reitora Maria Lucila Junqueira Barbosa, apontada como principal responsável pela crise financeira.
Para o presidente da CPI, Douglas Carbonne (PCdoB), o reitor não deve ser ouvido. “Ele não foi o foco da CPI. O rombo foi deixado pela Lucila”, afirmou.
Já o secretário da comissão, Rodrigo Luis Silva, o Digão (PSDB), é favorável à convocação. “Apesar de ele já ter tomado atitudes importantes com base em informações levantadas pela CPI, acho que deve vir prestar esclarecimentos. Afinal, ele era vice da Lucila”.

Previdência. A CPI deu início ontem a seu quarto e último ‘módulo’: o IPMT. Nessa etapa, o objetivo é apurar quais são os critérios usados pelo instituto para definir onde será aplicada sua receita. O IPMT é responsável pela previdência de servidores da Câmara, da prefeitura e da universidade.
Ontem foi ouvido Ernani Barros Morgado Filho, que foi vice-presidente do instituto entre 2009 e 2011 --o cargo de presidente estava vago. Ele defendeu as aplicações feitas no Panamericano pouco antes da crise do banco e disse que todas foram recuperadas.